A extinção do Homem é “inevitável” (e não importa o que fizermos)

Publicado por: Editor Feed News
03/02/2022 11:32 AM
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Cortesia Editorial Pixabay
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Os nossos dias na Terra podem estar contados com a degradação do habitat, a baixa variação genética e o declínio da fertilidade, diz o paleontologista Henry Gee.

 

De fato, no final deste século, a população global pode começar o seu declínio inevitável. Henry Gee, paleontólogo e editor da Nature, apresentou a sua teoria na Scientific Americanusando mesmo a palavra “extinção”.

 

As previsões atuais sobre a a população variam. O consenso geral é de que irá atingir o seu máximo em meados do século e depois começar a cair abruptamente.

 

“Suspeito que a população humana não está definida apenas para a diminuição, mas também para o colapso — e em breve”, alerta Gee.

 

O paleontólogo refere-se à falta de variação genética, à queda das taxas de natalidade, à poluição, e ao stresse causado por viver em cidades superlotadas, como receita para o desastre.

 

“A ameaça mais instínseca para a humanidade é algo chamado dívida de extinção”, explicou Gee. “Chega um momento no progresso de qualquer espécie, mesmo daquelas que parecem estar a prosperar, em que a extinção será inevitável, não importa o que fazemos para a evitar”.

 

“As espécies mais em risco são aquelas que dominam determinados fragmentos de habitat à custa de outras, que tendem a migrar para outro lugar e que, por isso, se espalham de forma mais dispersa”, afirmou o especialista.

 

“Os seres humanos ocupam mais ou menos todo o planeta, e com o nosso sequestro de uma grande parte da produtividade desta mancha de habitat planetária, somos dominantes dentro dela“, nota.

 

Por outras palavras, as nossas ações acabarão por nos apanhar, e a humanidade pode “já ser uma espécie morta a andar“, argumentou Gee.

 

Para o investigador, a nossa população tem muito mais probabilidades de colapsar, e não apenas de encolher.

 

Como paleontólogo, Henry Gee acredita ter “uma visão a longo prazo“. As espécies de mamíferos tendem a ir e vir muito rapidamente, “aparecendo, florescendo e desaparecendo em cerca de um milhão de anos”, refere.

 

O Homo sapiens existe há cerca de 315.000 anos, mas durante a maior parte desse tempo, a espécie era rara. “Tão rara, de facto, que esteve perto da extinção, talvez mais do que uma vez”, acrescenta.

 

A população atual cresceu “muito rapidamente, de algo muito menor”. “Há mais variação genética em algumas espécies de chimpanzés selvagens do que em toda a população humana. A falta de variação genética nunca é boa para a sobrevivência das espécies”, argumenta o paleontologista”.

 

Gee explica que, ao longo das últimas décadas, a qualidade do esperma humano tem diminuído bastante, o que pode causar taxas de natalidade mais baixas.

 

A poluição, causada pela degradação humana do ambiente, é também um dos fatores apresentados pelo especialista.

 

Gee ainda salienta o stresse, que sugere ser “desencadeado por viver na proximidade de outras pessoas durante um longo período”.

 

Outra das causas que Henry Gee acredita provocarem o abrandamento do crescimento populacional é a economia.

 

“Os políticos lutam por um crescimento económico implacável, mas isto não é sustentável num mundo em que os recursos são finitos“, refere.

 

“Hoje em dia as pessoas têm de trabalhar mais e durante mais tempo, para manterem os mesmos padrões de vida que os seus pais, se esses padrões forem sequer possíveis de obter”, sublinha o especialista.

 

Segundo Gee, há provas de que a produtividade económica estagnou ou até declinou globalmente nos últimos 20 anos. Como resultado, as pessoas adiam ter filhos, talvez por tanto tempo que a própria fertilidade começa a diminuir.

 

Um fator adicional referido pelo investigador é a a “emancipação económica, reprodutiva e política das mulheres”.

 

“Com uma melhor contraceção e melhores cuidados de saúde, as mulheres não precisam de ter tantas crianças para assegurar que, pelo menos, algumas sobrevivam aos perigos da primeira infância. Mas ter menos filhos, ou fazê-lo mais tarde, significa que é provável que a população diminua”, justifica Gee.

 

Os sinais estão à vista, para quem os quiser ver“. A pergunta que devemos realmente fazer é quanto tempo até a espécie humana colapsar?

Originalmente publicado por: Planeta   ZAP //

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